domingo, 10 de julho de 2011

“A Fada e o Renascer do Guerreiro Ferido"






Curitiba, 9 de julho de 2011



Por um breve instante, os meus pensamentos eram outros. Assustada, elevei-me, com um bater involuntário de minhas asas translúcidas, e fui levada inexoravelmente, no torvelinho de um vento forte, em um final de tarde de verão em Highbury, para um lugar que não sabia existir. Senti um vento frio criar uma Palavra que até então não se formara em minha mente. Uma Palavra em que me perdi, e em que, ao mesmo tempo, me/te encontrei.
O sofrimento que sentias parecia me corroer.  Pude então perceber o quão especial és. Não tão próximo (até aquele momento), mas tão querido. Tornaste-te parte de mim. O sol verteu os últimos raios do entardecer sobre teus ombros cansados, doloridos. A noite chegou. Uma chuva fina começou a cair, misturando-se com tua dor, que tornou-se minha dor, nossa dor.
Fiz então (conseguistes ouvir a Palavra?) brotar em teu rosto um singelo e puro sorriso. Emprestei-lhe o meu lenço de amor, que secará qualquer lágrima que ainda possa vir a brotar de teus olhos. Terminarás agora tua batalha em pé e com a alma forte. A fragilidade, que acreditava ser minha em meio à ventania, trouxe de volta a tua garra e tuas doces palavras. Quão clara é agora, em teus olhos reluzentes, a mais pura felicidade.  És guerreiro. Descobriremos que, para toda luta, existem tempo/espaço e atos certos, e, por isso, persistimos vivendo.
Não posso impedir que chova, nem mesmo que esta chuva, que está caindo, caia sobre ti... Mas vou abraçar-te até ela partir. Levantaremos vôo então, como um pássaro imortal, para um tempo/espaço onde a brisa é morna e o sol sempre brilha.   

P’ra você, eu criei um novo sorriso.


(Primeira variação sobre um tema de Naiara Dourado, pelo queridíssimo Lain Pontes de Carvalho.)













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